Por que Cannabis?
A Cannabis Medicinal é uma planta herbácea da família das Canabiáceas que apresenta grandes possibilidades terapêuticas. É nativa da Ásia, mas hoje é amplamente cultivada em várias partes do mundo.
O primeiro registro do seu uso médico data de 2700 anos antes de Cristo pelo imperador chinês Shen Nung, provavelmente para controle da dor.
O uso medicinal da Cannabis era proibido em grande parte dos países, no Brasil inclusive, porém, em função de muitos relatos de pessoas que diziam ter tido grande melhora na qualidade de vida, especialmente aquelas em tratamento contra câncer, esclerose múltipla, epilepsia e síndrome de Tourette, seu uso passou a ser permitido em muitos países, inclusive no Brasil.
Apesar da Cannabis ser utilizada há milênios com fins medicinais, o mecanismo de ação pelo qual atua foi compreendido há muito pouco tempo.
A Cannabis produz vários fitocanabinoides, sendo os mais conhecidos o tetra-hidrocanabinol (THC) e o canabidiol (CBD). Estes compostos têm a capacidade de interagir com os receptores do nosso próprio sistema canabinoide, que por sua vez regula diversas funções fisiológicas em nosso corpo, como metabolismo, apetite, humor e ansiedade, percepção e modulação da dor. Essa interação leva a um efeito biológico. É passada uma informação para nossas células e sistemas como imunológico e nervoso que reagem a isso.
Isso porque existe uma similaridade estrutural entre estes compostos derivados da planta e os nossos canabinóides (anandamida é o mais conhecido deles) que atuam modulando diversas funções fisiológicas.
Então, por que Cannabis? Simples, porque existe um efeito biológico (potencialmente medicamentoso) advindo da planta.
Como há receptores para canabinóides em diversas regiões do nosso corpo, o uso médico da planta tem sido proposto para várias situações, como dor crônica, doença de Parkinson, epilepsia, Alzheimer, esclerose múltipla, espectro autista, doença inflamatória intestinal, ansiedade, depressão, endometriose, entre outras.
Não deve ser vista como solução para todos os males, mas deve ter um espaço grande no arsenal terapêutico do médico atual.